GOIÁS NA VANGUARDA: ESTADO É O PRIMEIRO A AGIR PARA MINIMIZAR IMPACTO DE TARIFAS AMERICANAS.
GOIÁS NA VANGUARDA: ESTADO É O PRIMEIRO A AGIR PARA MINIMIZAR IMPACTO DE TARIFAS AMERICANAS.
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Fotos: Lucas Diener e Cristiano Borges |
Goiás se tornou o primeiro estado brasileiro a agir proativamente diante da crise comercial entre Brasil e Estados Unidos. O governador Ronaldo Caiado (UB) anunciou, em reunião com empresários na última terça-feira, 22 de julho, um pacote de medidas para minimizar os impactos financeiros da tarifação imposta pelos EUA. A iniciativa foi amplamente elogiada pelo empresariado goiano, que vê nas ações uma forma de proteger a economia local.
Linhas de Crédito e Fundos Estratégicos
Para proteger os setores mais afetados, o governo goiano disponibilizará acesso a três importantes fundos. O principal deles é o Fundo Creditório, uma nova linha de crédito criada especificamente para apoiar os segmentos da economia goiana que mais exportam para os Estados Unidos. A medida, que já havia sido antecipada pelo governador em suas redes sociais no sábado, 19 de julho, deve disponibilizar R$ 628 milhões em créditos de Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) a partir de agosto. Desse total, R$ 314 milhões são provenientes de créditos de ICMS e R$ 314 milhões de apoiadores do mercado financeiro. A proposta será apresentada oficialmente em leilão na Bolsa de Valores B3, em São Paulo, no dia 5 de agosto. A taxa de juros dessa nova modalidade será de 10% ao ano, significativamente inferior às linhas subsidiadas por programas federais como BNDES e Plano Safra.Além do Fundo Creditório, as empresas goianas poderão contar com o Fundo de Equalização para o Empreendedor (Fundeq), criado em 2020 durante a pandemia de Covid-19 para subsidiar o pagamento de encargos em operações de crédito. A terceira opção é o Fundo de Estabilização Econômica do Estado de Goiás, uma reserva financeira para ser utilizada em momentos de crise, garantindo a continuidade de serviços essenciais.
Repercussão Positiva do Empresariado
A agilidade e a visão estratégica do governo goiano foram destacadas pelos líderes empresariais. Flávio Rassi, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), elogiou a "ferramenta impressionante" e a antecipação do governador. Paulo Afonso Ferreira, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o Centro-Oeste, ressaltou que "Goiás está sendo o primeiro estado a debater o enfrentamento a esse momento e sai na frente". Zé Garrote, ex-presidente da Associação Brasileira Pró-Desenvolvimento Regional Sustentável (Adial), parabenizou a "rápida e eficaz iniciativa", enquanto Clodoaldo Calegari, presidente da Aprosoja Goiás, classificou a postura do governo como "corajosa".
Compromisso com a Manutenção de Empregos e Diversificação da Economia
As empresas interessadas em acessar as soluções financeiras deverão realizar o processo junto à Secretaria-Geral do Governo (SGG) e, como contrapartida, comprometer-se a manter os empregos durante o período de acesso ao crédito. O objetivo principal é proteger a economia local dos impactos das sobretaxas de 50% sobre commodities como soja, carne e derivados do aço.Segundo o Instituto Mauro Borges (IMB), os recursos serão destinados a novos investimentos e ampliação da capacidade produtiva, mas também poderão ser utilizados como capital de giro para manter os negócios em funcionamento. As atividades econômicas contempladas incluem produção e beneficiamento de minerais, setor agrícola (café, algodão e soja), indústria de alimentos, pesquisa científica e criação de bovinos, entre outras.
Comitê de Monitoramento e Diálogo Setorial
Para garantir um acompanhamento próximo e eficaz, o Governo de Goiás também criou um comitê que manterá contato diário e permanente com os empresários. A partir desta quarta-feira, o governador Ronaldo Caiado realizará reuniões com representantes de seis setores estratégicos: Fármacos e Saúde; Carne, derivados e pescados; Mineração; Sucroenergético; Soja e cítricos; e Curtume. O objetivo é entender as demandas específicas de cada área e alinhar a atuação das secretarias de governo para o auxílio.Adriano da Rocha Lima, titular da SGG, explicou que o conselho de governo, formado por seis secretarias, terá a incumbência de definir as áreas estratégicas para o recebimento dos recursos, sempre visando o desenvolvimento do estado, a preservação de empregos e a mitigação dos impactos das tarifas norte-americanas. A Secretaria da Economia será responsável por validar os créditos acumulados de ICMS e autorizar a transferência dos valores entre os contribuintes, com a expectativa de que a liberação desses recursos comece a partir de 6 de agosto.
Balança Comercial Goiana com os EUA
Os Estados Unidos são o segundo principal destino das exportações goianas, atrás apenas da China. De janeiro a junho deste ano, Goiás comercializou US$ 337.429.031 em produtos para os EUA, com destaque para carnes (61%) e ferro fundido, ferro e aço (11%). No mesmo período, o estado importou US$ 289.676.841 em produtos americanos, principalmente máquinas e instrumentos mecânicos (38%) e itens farmacêuticos (29%).A reunião no Palácio das Esmeraldas contou com a presença de diversas autoridades e representantes de entidades de classe, reforçando a união de esforços entre o governo e o setor produtivo goiano para enfrentar os desafios econômicos. Ronaldo Caiado reiterou que o setor empresarial é um parceiro fundamental na consolidação de Goiás como referência em liquidez, educação, saúde, segurança e programas sociais, e que o objetivo é "resgatar a condição de tranquilidade de trabalhadores e empresários".Também participaram da reunião a coordenadora do Goiás Social, primeira-dama Gracinha Caiado; secretários de governo e representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarnes), Organização das Cooperativas Brasileiras em Goiás (OCB-Goiás), Associação dos Produtores de Soja e Grãos de Goiás (Aprosoja), Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg), Associação Comercial, Industrial e Serviços de Goiás (Acieg), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Fecomércio, Sebrae, Senar, Sesc/Senac, Associação Goiana de Municípios (AGM) e Federação Goiana de Municípios (FGM). Além dos prefeitos de Goiânia, Sandro Mabel, e de Formosa, Simone Ribeiro. Na minha opinião, a postura do Governador Ronaldo Caiado e do governo de Goiás frente ao iminente "Tarifaço" americano é exemplar e demonstra uma visão estratégica e responsabilidade com o futuro do estado. Em um cenário de incertezas econômicas e tensões comerciais internacionais, a iniciativa de Goiás de se antecipar e criar um plano de contingência é, no mínimo, louvável.Enquanto a esfera federal e outros estados ainda debatem ou aguardam os desdobramentos, Goiás não perdeu tempo. A criação do Fundo Creditório, com condições de juros competitivas, e a mobilização de fundos já existentes para dar suporte às empresas mais impactadas, não só protegem os negócios locais, mas também garantem a manutenção de empregos e a estabilidade econômica de milhares de famílias.O diálogo constante com o empresariado, a formação de um comitê de monitoramento e as reuniões setoriais são claros indicadores de um governo que entende a importância da colaboração entre o setor público e privado. Essa proatividade e a busca por soluções inovadoras, como o leilão na B3 para captação de recursos, colocam Goiás em uma posição de destaque e o transformam em um modelo a ser seguido por outras unidades da federação. A ação do Governador Caiado vai além da simples gestão de crise; ela reforça a autonomia estadual e a capacidade de um governo de agir de forma decisiva em prol de sua população e economia.Essa atitude demonstra que, mesmo diante de um cenário global desafiador, é possível mitigar riscos e transformar adversidades em oportunidades, desde que haja planejamento, compromisso e, acima de tudo, coragem para inovar.
(Gilson Romanelli-Jornalista)
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